II Conhecendo o DMAE – Laboratório

O Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) realiza, diariamente, análises da água distribuída à população, seguindo, rigorosamente, os parâmetros da Portaria de Consolidação nº05/2017 do Ministério da Saúde.  Nesta matéria do “Conhecendo o DMAE”, você irá entender melhor como são identificadas e mensuradas a cor e a turbidez da água.

Qualidade da água

A analista e supervisora do laboratório do DMAE, Ana Maria Ferreira, explica que, na maioria dos casos, os problemas relacionados à qualidade da água em Poços de Caldas  não oferecem risco à saúde da população. Ela usa o exemplo da “água amarela” que pode ter duas causas. “Geralmente pode ser algum conserto ou manutenção realizada na rede que acabou sujando a água e isso chega à casa do consumidor. Outra causa é a concentração de Ferro, que pode acontecer, porque parte da rede de tubulação é em ferro fundido e por algum motivo transfere esse elemento para a água”. – explica Ana Maria. A concentração de ar devido à pressão também pode produzir uma característica diferente, o tom de branco. “Se a pessoa encher o copo com ‘essa água branca’, após alguns minutos ela irá notar que a água estará com a cor normal, pois o ar irá se dissipar” esclarece a supervisora.

Segundo ainda a analista, a água deve ser sempre insípida, inodora e incolor, a qualquer sinal de alteração nesses aspectos, o consumidor deve ligar para o DMAE, no telefone 0800-283-6080. “Quando isso acontece, o DMAE envia uma equipe do laboratório, faz a coleta da água e monitora a situação. Nós identificamos onde está o problema e se for de responsabilidade do DMAE, providenciamos a limpeza da caixa de água e as descargas na rede.” – conta Ana Maria. As alterações também podem ser evitadas com manutenção constante da caixa d’água, do padrão e rede domiciliar.

Na prática

O laboratório do DMAE realiza monitoramentos, análises dos reservatórios, redes, mananciais, águas minerais entre outros. Utilizando de equipamentos modernos, de alta sensibilidade que apontam com precisão os possíveis elementos químicos presentes na água, realizando o monitoramento para que estejam dentro de padrões nacionais e internacionais.

Para entender como as análises acontecem, o técnico em laboratório I, Luis Felipe Costa Gouvea simula uma situação de análise utilizando o turbidímetro. Foi coletada uma amostra de água poluída, que a olho nu não apresenta diferença de uma água deionizada – usada especialmente para uso laboratorial.

O turbidímetro, bem como o colorímetro, tem o mesmo princípio de funcionamento. Uma luz é emitida em um extremo do aparelho e esta atravessa a amostra, chegando do outro lado. No caso do turbídimetro, quanto menos luz passar, mais partículas em suspensão, que deixam a água turva existem; já o colorímetro, quanto mais luz passar, menos compostos que causam alteração estão dissolvidos na água. 

 

 

                                                                     Amostra de água deionizada à esquerda e amostra de água poluída a direita.

O Ministério da Saúde, por meio da Portaria de Consolidação nº 5 de 28 de setembro de 2017, permite o valor máximo permitido de 5 UNT (unidades nefelométricas), em relação a turbidez.

Análises de cor

Além do colorímetro, o laboratório realiza análise espectrofotométrica que identifica vários elementos e compostos químicos como: Ferro, Alumínio, Manganês, Cloreto, Amônia, Nitrato, Fosfato, Surfactantes Amônio (detergente).

Luis Felipe simula uma análise espectrofotométrica que identificará o Ferro na amostra de água poluída.

O primeiro passo, acontece em um espaço chamado Capela onde é colocado a quantidade de 10ml  de amostra em um béquer (recipiente usado em laboratório). Para que a análise aconteça é preciso o uso de kits de reagentes “Os kits servem para identificar o analito (substância ou componente químico, em uma amostra, que é alvo de análise em um ensaio). Analito é o Ferro, o Flúor, o Cloro, por exemplo. No caso dessa simulação, a função do kit é prover reagentes, que irão entrar em contato apenas com o Ferro e fazer com que a amostra mude de cor proporcionalmente a quantidade de analito” – explica Gouvea.

                                              

                                                        A cor roxa serve como um dos indicativos de proporcionalidade da quantidade de analito. 

Na segunda fase, a amostra vai para o espectofotometro. Lá um feixe de luz incide sobre a amostra e percorre ela até o final. O sinal dessa luz é processado e o aparelho apresenta o resultado. 

                                              

                                                                              Resultado da quantidade de Ferro na amostra poluída. 

 

Fotos: Andressa Souza/Ascom-DMAE

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